Ao longo da nossa vida criamos figuras
de referência.
Os avós, os pais, os tios, o
professor, entre outros. Vemos estas pessoas como exemplos a seguir. Há sempre
aquela pessoa que nós admiramos quando somos crianças e que gostaríamos de ser
como ela.
Essa ilusão desfaz-se na
adolescência quando começamos a questionar tudo e todos na sua perfeição
ilusória e começamos a procurar outras figuras de referência. Muitas vezes
cantores, actores, pessoas inalcançáveis, ou seja, aparentemente perfeitas.
É natural como crianças que
procuremos exemplos a seguir. Procuramos pessoas que nos possam inspirar a ser
alguém. Queremos ser como elas quando crescermos.
Até certo ponto é algo bom para
nós. Deixa de ser bom para nós quando não criamos uma referência interna, uma
identidade pessoal bem cimentada.
Deixa de ser bom quando a nossa
auto-estima é baixa, quando não nos conhecemos bem a nós próprios, quando não
conhecemos os nossos defeitos e as nossas qualidades, quando duvidamos de nós
mesmos, quando não nos aceitamos.
Deixa de ser bom quando estamos
pendentes das opiniões alheias para sermos alguém.
Depender dos outros é entregar a
nossa identidade nas mãos alheia.
Não darmos um passo sem pensar o que os
outros gostariam que nós fizéssemos. Preocuparmo-nos com o que os outros
pensam. Martirizarmo-nos sobre o que deveríamos ter feito para agradar os
outros. E os outros nunca estão satisfeitos e nós nunca os conseguimos agradar.
Chega o medo, a frustração, a
raiva, a tristeza, o desânimo de nunca estarmos à altura de agradar a toda a
gente.
A verdade é que é impossível
agradar a toda a gente pois vivemos num mundo complexo em que cada pessoa é ela
mesmo um mundo complexo.
Falta-nos a referência interna.
A
referência interna é a bússola que nos guia para o Norte.
É a nossa
auto-estima, o nosso autoconhecimento. É sabermos que somos o melhor que
podemos e agimos da melhor forma possível de acordo com a nossa consciência e não
à mercê do que pensam as outras pessoas que deveríamos ser ou fazer.
Nós já somos dotados de uma
personalidade, de defeitos e qualidades. A nossa referência interna são estes
aspectos. Devem ser os mais importantes na nossa vida e devemos ser
completamente fiéis aos mesmos.
Só assim não andaremos perdidos à
deriva no meio dos destritos dos problemas existenciais que todos nós temos.
Torne-se a sua própria referência.
Ame-se. Cuide de si. Trabalhe as suas qualidades e defeitos. Defina uma missão
pessoal, defina projectos, defina metas e baseie-se naquilo que quer e deseja.
Deixe de usar como referencial o
que os outros pensam e querem que nós façamos porque no fim é connosco mesmos
que vamos dormir e acordar para o resto das nossas vidas.
Oiça sim o que os outros têm para
lhe dizer e aconselhar, mas tenha o discernimento de escolher o que lhe
interessa ou convém. O que lhe faz bem.
Sempre haverá opiniões boas e
más. Sempre haverá alguém agradado e alguém desagradado. Aprenda a agradar
primeiro a si mesmo. Seja o seu próprio referencial e verá que tudo muda.
A vida se torna mais leve, mais
alegre.
Verá que aos poucos deixa de dar importância a opiniões menos boas e
começa a ganhar capacidade de avaliar uma opinião válida para si de uma opinião
equivalente a lixo.
Só você sabe o que é melhor para
si.
Seja a sua referência interna.
Seja um exemplo para si mesmo.
Seja feliz!